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Laboratório de Campanha
Uma situação inesperada propõe sempre a busca de solução rápida: sem estrutura física adequada, com poucos recursos humanos e materiais. Assim como tivemos que nos adaptar à rotina de uma pandemia, também tivemos que entender que nossa bolha social era frágil e mal vista por boa parte da sociedade. Fomos acusados de viver às custas de leis de incentivos, de rendas absurdas, das quais nunca a maioria de nós nunca tinha nem passado perto. Nesses 16 meses alojados em nossos cantos pudemos observar o quanto estávamos distantes do grande público e quanto nossos amigos nos protegiam dessas agressões, que antes eram veladas.
Então o saldo pode ter sido benéfico: tivemos que entender e talvez nos mobilizar para conquistar essa massa de público que não nos via e ainda não nos vê. Uma jornada para entender quem somos e quem nos rodeia.
Através deste laboratório de campanha pudemos nos aproximar, pensar no trabalho do nosso colega e elaborar um pensamento. Essa tese certamente se reflete em nossos próprios afazeres, nos faz pensar o que significa para um próximo e o que significa para alguém que não tínhamos muita intimidade.
Talvez seja uma utopia acreditar que este laboratório vá nos fazer relacionar com pessoas fora de nossa bolha melhor do que antes da pandemia, mas sem as utopias não seria possível levantar da cama numa época de tantas chatices e falta de perspectivas.
O resultado esperado de qualquer laboratório é um experimento com resultados palpáveis e ao que tudo indica conseguimos essa façanha. Os 11 artistas aqui envolvidos penaram, se remexeram e passaram algumas horas de angustia, afinal analisar o trabalho de um colega é quase um castigo, mas que surgiu um pequeno livreto cheio de olhares animadores e sensíveis.
Duílio Ferronato