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caderno de artistas

exposição

andré felipe cardoso

clara de cápua

catarina sabino

cynthia loeb

cristina elias
daniel mello

elcio miazaki

gabriel almeida

gabriel pessoto

gabriel torggler 
gustavo aragoni

higo joseph

irene guerriero

liliana alves

lucas quintas
maria luiza mazzetto

mariano barone

mateus moreira

neiliane araujo
roberta fortunato

rodrigo seles

sueli espicalquis

thais stoklos

curadoria: éder ribeiro

Cadernos de artista - LONA galeria


 

O projeto cadernos de artista da LONA Galeria surgiu da necessidade de explorar outros suportes para a expressão artística. Eles se inserem em uma longa tradição que vem desde a Renascença. Todo caderno é um aparato cultural por excelência, que veicula conhecimentos, histórias e linguagens, com inequívoco caráter pedagógico. No caso dos cadernos de artista eles podem assumir distintas finalidades: suporte para teste de materiais e técnicas, bloco de notas, diário visual, ou uma mistura de todas elas. Eles são assim veículos de experimentação e memória da trajetória do artista. Os vinte e três artistas reunidos nesta exposição puderam, por meio de diversos tipos de cadernos, explorar ideias, conceitos e materiais. As técnicas utilizadas foram as mais distintas, indo do desenho às colagens, passando pela gravura e pintura.

 

Os cadernos utilizados por artistas em geral são grampeados, costurados, ou, como é o caso dos cadernos da LONA, estruturados através de espiral, que pode ser aberta, permitindo assim um reordenamento das páginas, ou mesmo sua remoção. Isso permitiu aos artistas mais liberdade para utilizarem técnicas que requerem as folhas soltas, caso da gravura, ou para testes de materiais. Por outro lado, cada folha quando  removida, pode se tornar uma obra autônoma.

 

Embora os cadernos de artista possam assumir diferentes formas, existem alguns elementos que são comuns a todos eles. Eles se relacionam de maneira evidente ao ato de leitura, sendo assim uma experiência física e sensorial que, embora tenha implicações culturais coletivas, é essencialmente individual e íntima. Os cadernos, assim como os livros, por serem organizados através de uma sucessão de páginas, estruturam inevitavelmente uma sequência de leitura, neste caso basicamente visual. A ação do leitor/expectador de folheá-las o torna ativo e co-partícipe dessa narrativa visual, ele define o ritmo e duração de interação com a obra. 

 

Os cadernos de artista são obras autônomas, mas conectadas com as pesquisas visuais de seus autores. São testemunhos de um momento específico dessa produção e por conseguinte da história da arte de uma maneira mais ampla. Além das obras realizadas especialmente para este projeto, foram reunidos outros cadernos desenvolvidos ao longo da trajetória dos artistas. Eles, de maneira mais livre quanto ao formato e materialidade, ajudam a compreender o universo visual de cada um deles, ao mesmo tempo que demonstram as inúmeras possibilidades desse suporte. Suas páginas em branco tudo pode receber.


 

Éder Ribeiro, agosto, 2021

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andré felipe cardoso

A imagem fotográfica é recorrente na obra de André Felipe Cardoso. Em seus cadernos ela é o fio condutor, tendo sua relação direta com o real confrontada pelas intervenções, sobreposições, colagens e pinturas.

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clara de cápua

A memória familiar e sua manipulação é o tema que estrutura o caderno de Clara de Cápua. Ela reinterpreta o álbum fotográfico, por meio do desenho e da costura, conectando diferentes temporalidades.

*toque sobre as imagens para ver mais do caderno

Who Are We
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catarina sabino

Catarina Sabino compõe seu caderno como uma espécie de diário, em que seus desenhos, frases e fotografias marcam a passagem do tempo. Ele é suporte  de memórias e dos rastros de sua pesquisa visual.

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cynthia loeb

Cynthia Loeb é uma exímia colecionadora de memórias e imagens. Por meio de aquarelas e colagens ela atualiza a tradição surrealista, a partir da figura materna e das questões de feminilidade.

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cristina elias

Cristina Elias estabelece uma relação estreita com o texto. Este surge a princípio como improvisação para em seguida tomar forma e sentido à medida que se repete, formando um só conjunto, profundamente influenciado pelos processos meditativos e perceptivos do ZEN.

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daniel mello

Daniel Mello se serve dos cadernos como diário das diferentes práticas que utiliza, pintura, desenho e colagem. Eles são suporte para sua pesquisa visual, ligada à abstração, marcada por contrastes de cores, formas e texturas.

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élcio miazaki

Elcio Miazaki constrói uma narrativa em torno do universo militar e particularmente da figura do cavalo, central nesta obra. Por meio de apropriações de fotografias analógicas, ou recuperadas na internet, ele recria um imaginário onde a relação homem e animal, ou sua simbiose, é o fio condutor.

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gabriel almeida

Em um dos seus cadernos Gabriel Almeida trabalha com pinturas em aquarela feitas a partir de fotografias coletadas em redes sociais, esse inventário de imagens revela, de alguma forma, a natureza surreal do mundo que nos cerca. Em outro caderno ele traça, por meio de grafite; pinturas em aquarela; nanquim; um diário visual e de reflexões que o acompanharam ao longo dos últimos anos.

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gabriel pessoto

Gabriel Pessoto mescla linguagens e materiais, principalmente colagem e desenho, associando essas técnicas tradicionais aos elementos prosaicos que encontra: imagens de redes sociais, retalhos de tecido, pontos de bordado, entre outros. Ele  estabelece assim uma tensão entre alta e baixa cultura, memória afetiva e materialidade do mundo.

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gabriel torggler

O desenho é o eixo central da obra de Gabriel Torggler, em seus cadernos ele explora a saturação do campo visual das páginas, por meio de grafismos, padrões e composições, que remetem a personagens e cenas urbanas, com seus ruídos, cores e sobreposições. Seus cadernos são ao mesmo tempo suporte  para suas múltiplas narrativas, quanto laboratório de experimentações e inventário de referências.

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gustavo aragoni

Gustavo Aragoni usa o caderno como um espaço para reunir anotações, desenhos e imagens fotográficas. Ele recupera uma das funções primordiais dos cadernos de funcionarem como suporte para o registro de processos em diferentes etapas. São ideias em gestação, fragmentos de reflexões e esboços que, em potência, podem anunciar as obras porvir.

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higo joseph

Higo Joseph trabalha seus cadernos como extensão da sua produção artística, como é o caso dos desenhos feitos com lápis de cor que investigam formas e funcionam como um pré-projeto para futuras esculturas, onde investiga conceitos de rigidez e maleabilidade. Em outros momentos ele recria todo um imaginário das pinturas rupestres, utilizando pastel oleoso vermelho, ou explora a bidimensionalidade e a tridimensionalidade do papel e sua potencialidade escultural.

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irene guerriero

No caderno de Irene Guerriero a pintura e a colagem tomam conta de todos os espaços, e às vezes o transborda, em um movimento de expansão e desaceleração. Ela reinterpreta, pelo jogo de figuração e abstração, uma natureza exuberante e que parece ter vida própria.

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liliana alves

Liliana Alves utiliza o caderno como ferramenta de estudo e pesquisa para as várias possibilidades de expressão: têmpera, aquarela, óleo, colagem, grafite. Cada página se torna um exercício experimental, baseado em observações do cotidiano e dos objetos prosaicos que nos cercam, onde a sua poesia também encontra lugar.

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lucas quintas

 Lucas Quintas utiliza o caderno como suporte de experimentação e criação, seja por meio dos desenhos, ou pela exploração de técnicas experimentais, como por exemplo nos trabalhos obtidos a partir da oxidação de metais. A estruturação de elementos tridimensionais a partir do arranjo de linhas, transforma o caderno em um objeto escultórico. Essas explorações alimentam sua produção, transformando o caderno em um elemento de registro de sua intensa pesquisa visual.

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maria luiza mazzetto

Maria Luiza Mazzetto transforma o caderno em um objeto artístico que conecta todas as técnicas: pintura, desenho, escrita, fotografia, transformando-o em um objeto escultórico, por meio de suas páginas escavadas. Em sua narrativa, onde a abstração encontra o real transfigurado,  a natureza é onipresente, recriada de modo fantasioso e absurdo.

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mariano barone

Mariano Barone trabalhou o caderno como um diário de processos, pequenas partes conectadas em um todo. Sua pintura abstrata remete ao gesto livre, primordial, no sentido  daquilo que se organiza primeiro, antes das estruturas culturais que condicionam pensamento e práxis.

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mateus moreira

Mateus Moreira constrói suas paisagens com nanquim, tomando partido das relações de claro/escuro, positivo/negativo, presença/ausência. Ele solicita nossa atenção máxima para apreender as narrativas que se desenrolam nesse universo fluido e fantástico.

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neiliane araujo

Nas colagens de Neiliane Araujo, coloca em relevo a materialidade dos cartões, em torno dos conceitos de fragmento, equilíbrio e comunicação entre as formas das embalagens e caixas de papelão, recombinadas e ressignificadas. Os desenhos exploram as linhas ortogonais, redes, grades, tendo como referência primeira a paisagem urbana e seus sistemas de relações.

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roberta fortunato

Roberta Fortunato emprega a Linóliotipia para construir uma representação própria do universo e sua transmutação, ou antes o  deslocamento de seus elementos, espacial e temporal, sempre em expansão. Ela nos apresenta o Cosmos e a materialidade de uma pesquisa visual, que é, a um só tempo, abstrata e concreta pelas questões que fazem emergir.

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rodrigo seles

 A obra de Rodrigo Seles, pinturas e desenhos, é eminentemente figurativa, em geral representações surrealistas do cotidiano e imagens de mundos fantasiosos. Ele fez uso do caderno como um campo aberto para o estudo de materiais, temas e formas, com desdobramentos posteriores em sua produção. As cenas, embora autônomas, quando em sequência, estruturam uma narrativa visual única e congruente.

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sueli espicalquis

Sueli Espicalquis desconstrói um livro de arte e por meio da colagem dos seus fragmentos transforma o caráter bidimensional das páginas em uma tridimensionalidade. Suas formas e cores remetem ora a elementos geométricos, ora aos orgânicos, onde construção e desconstrução estruturam a obra, a exemplo de suas pinturas, feitas por apagamento e sobreposições de camadas.

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thais stoklos

Thais Stoklos estrutura uma conversa muda através das suas linhas, que vagam pelas páginas do caderno, revelando formas ou colidindo entre elas. Elemento onipresente nos cadernos, aqui perde sua primeira função de ordenamento, para ser ela própria indutora de desarranjo, sem começo, meio ou fim.

A exposição pode ser visitada pessoalmente até 09.10.21

no anexo LONA - R. São Bento, 181, 1° andar, centro - SP

agendamentos pelo WhatsApp (11) 99403-0023

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